TAIPEI, 14 de outubro (Reuters) - O exército da China afirmou que tomará mais ações contra Taiwan, se necessário, após realizar exercícios militares na segunda-feira, considerados um aviso contra "atos separatistas". O governo de Taiwan e os EUA condenaram os exercícios. Taiwan se preparava para mais ações após o discurso do presidente Lai Ching-te, que afirmou que apenas o povo de Taiwan pode decidir seu futuro, o que gerou condenação de Pequim. O ministério da Defesa da China destacou que os exercícios recentes foram um aumento da pressão contra a independência de Taiwan e que mais poderiam ocorrer, prometendo intensificar as ações em resposta a provocações.
O comando militar da China declarou que os exercícios realizados foram um "aviso severo" contra os atos separatistas das forças de independência de Taiwan, considerando-os uma operação necessária para proteger a soberania e a unidade nacional. Não foram anunciadas datas para novos exercícios em larga escala. Um mapa foi divulgado, mostrando nove áreas ao redor de Taiwan onde os exercícios ocorreram, incluindo locais nas costas leste e oeste, além de áreas ao norte e ao redor de ilhas controladas por Taiwan.
CORREDORES DE ASSALTO AÉREO
Formações de navios de guerra, destróieres e aeronaves chinesas se aproximaram de Taiwan, focando em patrulhas de combate e bloqueios de portos. O porta-aviões Liaoning também esteve envolvido, com a movimentação monitorada por Taiwan. Não foram anunciados exercícios com fogo real ou lançamentos de mísseis, mas a mídia estatal chinesa mencionou lançamentos simulados e ações de caças e bombardeiros. O Ministério da Defesa de Taiwan relatou 17 navios de guerra e 125 aeronaves chinesas nos exercícios, o maior número detectado em um único dia, embora a intensidade fosse menor do que em 2022, quando a China disparou mísseis após a visita de Nancy Pelosi a Taiwan.
O analista de segurança Collin Koh, de Cingapura, observou que as ações extensivas da guarda costeira ao redor de Taiwan parecem representar uma nova frente nas operações em "zona cinza" da China contra Taipei. Ele destacou que, apesar de os exercícios serem limitados para não inflamar a campanha eleitoral nos EUA, a situação econômica atual não justifica uma intensificação das tensões entre os dois lados do estreito.
A China realizou os exercícios "Joint Sword-2024A" ao redor de Taiwan, considerando-os punições por conteúdos separatistas no discurso de inauguração do presidente Lai. Durante as manobras, embarcações da guarda costeira chinesa cercaram Taiwan e entraram nas "águas restritas" da ilha de Matsu, com a possibilidade de patrulhas regulares no futuro. Lai condenou os exercícios como uma tentativa de minar a paz regional, e o Conselho de Assuntos do Continente de Taiwan os classificou como "provocações flagrantes". Em resposta, a administração Biden afirmou que está monitorando a situação e pediu à China que aja com moderação. Embora a China tenha sancionado indivíduos taiwaneses, a bolsa de Taiwan subiu 0,3%, sem sinais de alarme público.
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